A Cabala Revelada

Série de vídeoaulas sobre a Cabala, observem como os ensinamentos filosóficos da Cabala se conectam com os Graus desenvolvidos por Franz Bardon.


A Pirâmide do Grau I


Esta é o que eu chamo de pirâmide do Grau I, o exercício de observação dos pensamentos fortalece indiretamente a concentração e diretamente a consciência. O livro não revela, mas os dez minutos requisitados em cada exercício são uma verdadeira jornada, no sentido literal palavra – sem mais, sem spoilers. 

Fortalece diretamente a consciência porque para conseguir observar os pensamentos, que a primeiro modo parecem que SÃO você, é necessário sair desta fusão entre personalidade e pensamento (ego e consciência) e para conseguir manter este estado de separação será preciso e desenvolvido indiretamente a concentração. 
Perceba que na obra Franz Bardon estritamente diz a cada exercício:

“Se for bem sucedido em seu intento, estará maduro para mais um exercício, que consistirá no aprendizado do esvaziamento total da mente.“

O caminho mais fácil e rápido para qualquer um é treinar todos de uma vez no primeiro dia, o que é possível, mas provocaria diversos deslocamentos no eixo do desenvolvimento: sem sucesso no exercício de observação, o de concentração torna-se muito mais difícil, e sem sucesso nos anteriores o despertar e manter o vácuo mental torna-se quase impossível – se você conseguir separar a consciência do pensamento/personalidade no primeiro exercício, usar esta separação para levar a mente ao vácuo e manter este vácuo com a concentração desenvolvida no segundo exercício, o esvaziamento total da mente será muito mais fácil.

Quando alcançamos o vácuo mental, realmente treinamos todos os três de uma só vez em ordem. Como diz um amigo, é uma ginástica mental completo.

Ah, os exercícios físicos? Removem o estresse do corpo e fortalecem o cérebro – ajudando nos exercícios mentais.

Obs: O espelho da alma não está incluído na pirâmide, pois fazem parte dos "spoilers", os exercícios ajudam e muito na descoberta dos aspectos negativos e positivos da alma, pois os mesmos te atrapalharão durante o exercício: não esqueça de anotá-los!


L.A.

Afinal, por que o Grau I é tão difícil?




Breve Introdução

Para a completa compreensão desse artigo, é necessário ler este primeiro.

Resumidamente, o Grau I do livro Magia Prática: O Caminho do Adepto exige, para avançar para o Grau II, que o praticante consiga: observar, sem interrupção, os pensamentos por 10 minutos, se concentrar em uma ideia/objeto mentalmente por 10 minutos, e se manter um vácuo mental (ausência de pensamentos) por 10 minutos. Classificar numa tabela, com duas colunas, com no mínimo 100 aspectos negativos (defeitos) da personalidade e positivos (qualidades). Além de fazer exercícios físicos básicos diariamente. 

Por que é difícil e por quê este treinamento é necessário?

Todos nós já passamos por um pensamento, intuição ou ideia que, ou não seguimos e o resultado não é positivo, ou ignoramos porque não ficou muito claro: uma inspiração para escrever um texto poético ou não, um aviso mental que surge como um insight que nos levou ao sucesso ou a evitar o fracasso. Mas qual a origem desta ação? Por que é fraca? Ou até mesmo por que não consigo acessá-la? 

Todas as notas mentais que trazem com elas uma grande compreensão, um estado ser repentino e envolvente, a clareza para tomar uma decisão importante: surgem nos corpos superiores. Exemplo, suponhamos que a Alma precise enviar uma mensagem para o espírito encarnado, a mensagem terá que passar por todos os corpos inferiores ao corpo atímico, para chegar ao corpo físico. 


Mas não somos seres perfeitos, equilibrados e com a mente afiada e em constante receptividade cultivada pelo vácuo mental, não. Somos seres com a mente em constante turbulência com centenas, senão milhares de pensamentos diários, que na maioria causam estresse, confusão, frustação e tristeza, nos impedindo de pensar com objetividade. Nossas emoções são rasas e como os pensamentos, confusas e instáveis, nos impedindo de sentir com clareza, resultando em ruídos emocionais e mentais que formam verdadeiras barreiras contra a mensagem divina. 


Adicionalmente, no corpo físico há a barreira criada naturalmente pelo cérebro reptiliano ou Complexo-R, nesta região que fica localizado o ego.


Todas as reações de agressividade com toda a gama de violência implícita, decorre do cérebro reptiliano. É por isso que é tão fácil criar uma guerra. Toda vez que a pessoa age sem pensar, na verdade está pensando apenas com o cérebro reptiliano. O cérebro reptiliano adora controlar tudo que for possível. Nenhuma variável pode ser deixada de lado. Somente o controle absoluto interessa e é perseguido a todo custo. Isso é uma coisa compulsiva e infinita. Não passa pela cabeça dele que exista algo como Teoria do Caos, que impede o controle absoluto. Da mesma forma o Princípio da Incerteza é um pesadelo para o Complexo-R. Toda compulsão vem da necessidade de controlar, possuir, dominar tudo e todos. Essa necessidade nunca é satisfeita, porque o medo de não ter o suficiente é inato ao cérebro reptiliano. Portanto, nunca é suficiente. No fim, a mensagem Divina que saiu pura e viva da Alma, chega ao corpo físico também nublada pelo ego, a mensagem se transforma em um símbolo em sonhos, uma sensação repentina ou um insight, mas ainda sim limitada, não exatamente clara:


Este é o desafio que o Grau I propõe e o Grau II completa: aumentar a sintonização com os corpos superiores, facilitando a conexão direta com o Divino. É por este motivo também, que o Grau I e a transmutação do caráter é um trabalho para o resto da vida. Ao firmar o seu treinamento, você está dizendo que irá nadar contra e dissolver todas as nuvens negras que nublam a mente e o coração. 

Irá enfraquecer o ego através dos atos conscientes do exercício de concentração constante, qual é dito que devemos, por exemplo, ao estudar, ignorar e lutar contra todos os pensamentos que não sejam sobre estudar: estar consciente no presente, porque quando estamos no presente, gerindo conscientemente o que estamos fazendo, seja a tarefa mais trivial, passamos a usar menos o ego, que é o responsável pela automatização das tarefas: ser e agir de modo automático. Temos que deixar de sermos robôs, para sermos verdadeiramente seres humanos.

Bem-vindo ao Grau I,
L.A. 


Bardon & C. Jung: O Desenvolvimento Mágico-Espiritual e da Consciência.

Muitos são aqueles que buscam o livro Magia Prática: O Caminho do Adepto esperando fórmulas mágicas secretas e poderes de domínio global, após lerem o livro estes são os primeiros a desistir. Outros sabem que Magia, em prol da própria evolução, não envolve o domínio do outro e sim de si mesmo, estes sentem imensa euforia após vislumbrarem o treinamento descrito no livro, mas se faltar vontade desistirão. O terceiro nicho de leitor acompanha o segundo, mas estes possuem consciência rasa e cheia de pre-coneitos impedindo a capacidade da mente, de processar conhecimentos desconhecidos e elevados, fluir. Carl Jung em O Segredo da Flor de Ouro disserta, à Luz da sabedoria Chinesa, maravilhosos comentários que se adequam não apenas ao iniciante, mas também ao praticante que está encalhado em algum Grau mesmo possuindo a capacidade psíquica de avançar. 



“Tal circunstância garante uma saúde anímica primitiva, mas pode transformar-se em desadaptação, se ocorrerem situações que exijam um esforço moral mais alto. Os instintos bastam apenas para um tipo de natureza que permanece mais ou menos invariável. O indivíduo que depende de um modo preponderante do inconsciente, e é menos propenso à escolha consciente, tem a tendência para um acentuado conservadorismo psíquico. Este é o motivo pelo qual os primitivos não mudam no decurso de milênios, sentindo medo diante de tudo o que é estranho e incomum. Tal característica poderia levá-los à desadaptação e, portanto, aos maiores perigos anímicos, isto é, a uma espécie de neurose. Uma consciência mais elevada e mais ampla, que só surgirá mediante a assimilação do desconhecido, tende para a autonomia, para a revolta contra os velhos deuses, os quais não são mais do que as poderosas imagens primordiais a que a consciência se achava subordinada. Alcançando então a liberdade, poderá romper as cadeias da pura instintividade e chegar a uma situação de atrofia do instinto, ou mesmo de oposição a ele. Esta consciência desenraizada, que não pode mais apelar para a autoridade das imagens primordiais, acede às vezes a uma liberdade prometéica, a uma hybris sem deus. Ela plana sobre as coisas e sobre os homens, mas o perigo da mudança de atitude aí está, não para cada indivíduo isoladamente, mas para os mais fracos da sociedade, no plano coletivo, que serão agrilhoados de modo também prometéico ao Cáucaso do inconsciente. O sábio chinês diria, nas palavras do I Ching, que quando yang alcança sua força máxima nasce em seu interior a força obscura do yin, pois ao meio-dia começa a noite, e yang se fragmenta, tornando-se yin - Carl Jung.”

Nós, aspirantes a Magos – manipuladores dos Elementos e buscadores das Leis Universais – temos que estar sempre aprimorando a consciência e a moralidade tendo como referência não a ética e a moral humana, e sim a Divina – qual enxerga tudo e todos como Um, e além: interpreta uma vida não isoladamente, mas como parte de uma teia que influência os acontecimentos do Universo. O filtro da consciência não deve ser austero e rígido, temos sim que evitar as esquisitices, as ilusões e as fantasiais, mas se este filtro impede o fluir e a expansão do Akasha, então ainda falta e muito a ser transmutado através, neste caso, da compreensão. É neste ponto que o Grau I possui um elo direto com o Grau II: a consciência é levada a evolução por intermédio, primeiro da busca e identificação pelos aspectos positivos e negativos da alma, e em seguida, pela transmutação dos negativos para os positivos. Carl Jung continua:

“Esta conversão do próprio ser significa uma ampliação, elevação e enriquecimento da personalidade, uma vez que os valores iniciais sejam mantidos ao lado da conversão, caso não sejam meras ilusões. Se não forem mantidos com firmeza, o indivíduo sucumbirá à unilateralidade oposta, caindo da aptidão na inaptidão, da adaptabilidade na inadaptabilidade, da sensatez na insensatez, e mesmo da racionalidade na loucura. O caminho não é isento de perigo. Tudo o que é bom é difícil, e o desenvolvimento da personalidade é uma das tarefas mais árduas. Trata-se de dizer sim a si mesmo, de se tomar como a mais séria das tarefas, tornando-se consciente daquilo que se faz e especialmente não fechando os olhos à própria dubiedade, tarefa que de fato faz tremer.”



“O que fizeram tais pessoas para levar a cabo esse processo libertador? Na medida em que pude percebê-lo, elas nada fizeram (A ideia taoística da ação através da não-ação) mas deixaram que as coisas acontecessem. Assim, permitiram que a luz circulasse de acordo com sua própria lei, sem abandonarem sua ocupação habitual. O deixar-acontecer na expressão de Mestre Eckhart, a ação da não-ação foi, para mim, uma chave que abriu a porta para entrar no caminho: Devemos deixar as coisas acontecerem psiquicamente. Eis uma arte que muita gente desconhece. É que muitas pessoas sempre parecem estar querendo ajudar, corrigindo e negando, sem permitir que o processo psíquico se cumpra calmamente. Seria muito simples se a simplicidade não fosse verdadeiramente a mais difícil das coisas! - Carl Jung”

Se quiseres completar o corpo diamantino sem efluxões
Deves aquecer diligentemente a raiz da consciência e da vida.
Deves iluminar a terra bem-aventurada e sempre vizinha
E nela deixar sempre escondido teu verdadeiro eu.

O Hui Ming Ging

“Estes versos contêm uma espécie de indicação alquímica, um método ou caminho para a geração do "corpo diamantino", que é mencionado em nosso texto. Para isso, é necessário um "aquecimento", ou seja, uma elevação da consciência, a fim de que a morada da essência espiritual seja "iluminada". Assim, pois, não é apenas a consciência, mas também a vida que deve ser elevada ou exaltada. A união de ambas produz a "vida consciente". Segundo o Hui Ming Ging, os antigos sábios conheciam o modo de suprimir a separação entre consciência e vida, pois cultivavam as duas. Deste modo o "schêli (corpo imortal) se funde" e se "completa o grande Tao - Carl Jung”

“Dizendo isso, o estudante deve manter em mente uma coisa: a meta última de todo o treinamento de Bardon em seus três livros é a evolução espiritual (expansão da consciência e do espírito divino) e não apenas desenvolvimento espiritual (expansão do corpo astral e o desenvolvimento de habilidades mágicas). Se um mago tem a evolução ele terá também o desenvolvimento, mas um mago que tem todo o desenvolvimento do mundo pode não ter uma gota de evolução espiritual. A consciência é a coisa mais importante. Eu não posso enfatizar mais do que isso! Não se torne um feiticeiro degradado! Erga-se e torne-se um Homem-Deus, em harmonia perfeita com o universo e com o espírito. Apenas então esse círculo de nascimento e de morte chamado reencarnação será superado. Apenas então você será uma alma liberta. – Veos”

Bibliografia

WILHELM, RICHARDAutor & JUNG, CARL GUSTAV, O Segredo da Flor de Ouro. 15. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

COMENTÁRIOS SOBRE INICIAÇÃO AO HERMETISMO de FRANZ BARDON - Graus I a VIII - por Chris Murphy (Fra. Veos).

Grau I – O Vácuo Mental

O campo mental humano é entorpecido por centenas, senão milhares de pensamentos ligados e influenciados pelas tarefas profissionais e acadêmicas do dia a dia, pelos desejos, preocupações, planejamentos e emoções. Colocando desta forma soa algo extremamente caótico, não é mesmo? Basicamente, no terceiro exercício do Grau I do livro Magia Prática: O Caminho do Adepto, você deve lutar contra todas estas baixas influências e causar a vacuidade mental ou estado popularmente conhecido como “ficar com a mente vazia” ou "ficar com a mente calma". Não tratarei das dicas neste artigo, pois já comentei passo a passo o Grau I, conforme minha própria experiência, aqui.



Os Efeitos

Com mente neste estado as inspirações chegam e se desenvolvem facilmente. A inspiração se origina de uma energia bem sutil, um campo mental lotado de cargas densas e negativas não tem espaço para se inspirar, já o que está vazio sob Vontade, atrai para o praticamente o que ele precisa compreender naquele momento. Ideias para projetos, aspectos novos para uma estória, se você é um escritor. Soluções para problemas complexos, são algumas das facilitações trazidas pela vacuidade mental.
Os ataques espirituais feitos através da autossugestão (quando os pensamentos não são seus) também são facilmente identificados por intermédio deste estado mental. O contrário também é válido: os conselhos de amigos espirituais. A diferença é percebida pela vibração e não ligação com os aspectos negativos da alma. Um amigo espiritual nunca irá te aconselhar a passar por cima dos outros ou agir de modo que o orgulho seja trabalhado, ao contrário da humildade.
As dissoluções de emoções negativas acontecem apenas pelo treino de tal exercício, manter a mente vazia também esvazia o corpo das sensações que nascem das emoções, causando o relaxamento físico e o alívio do peito - na maioria dos casos, a dor emocional se mantém ativa pela alta concentração do pensamento (que direciona energia ao peito) na sensação de dor no peito e/ou nas lembranças (raízes) do sofrimento. Esvaziar a mente é se desprender de tudo isso, é um ato de desapego.

L.A.

Mais sobre os efeitos e utilidades deste exercício pode ser lido na entrevista de Willian Mistele, aqui. 


Grau II - A Transformação do Caráter e as Obsessões Espirituais

Muitos praticantes se confundem com esta etapa, no Grau I temos que encontrar os aspetos negativos através da reflexão e autoanálise, apenas isto, é no Grau II que iniciamos a transmutação do caráter pelo trabalho com os elementos, a autossugestão e absorção consciente de nutrientes. 


Este texto tem como foco as consequências, todo o treinamento pode ser encontrado no livro Magia Prática: O Caminho do Adepto

Afinal, quais as causas práticas a instrução mágica da alma traz?



Observamos no relato do obsessor que é estimulado na vítima as características negativas que a vítima possui. Se através do enobrecimento da alma, a vítima tivesse transmutado o orgulho em humildade, ou estivesse consciente deste aspecto negativo pela auto-observação e autoanálise, o obsessor encontraria grandes dificuldades. Franz Bardon no Grau 1 começa a erguer nossas defesas espirituais, este é um dos motivos que Bardon não ensina rituais de proteção e purificação, como o Ritual Menor do Pentagrama. Neste sistema a proteção é criada pela transmutação completa da vibração, outras considerações sobre este ponto são tratados no Grau III.

Todos os aspectos negativos, assim como as emoções negativas tornam a aura densa e manchada, como pode ser lido aqui. Na leitura de aura é visível o orgulho, a preguiça, a gula, etc. Todas estas manifestações no campo energético humano tornam a vibração do praticante baixa/densa. Incompatível com os reinos que ele buscará sabedoria. E dificultam a manipulação energética e o trabalho com os espíritos, pois causam descontrole mental e emocional. 
Outra parcela dos ataques espirituais, diretos (quando o obsessor está próximo da vítima) ou indiretos (quando lançado a distância), são por manipulação energética. Energia densa esta que adentrará o campo da vítima quando esta baixar sua vibração. 
Na transformação do carácter você não está apenas se transformando numa pessoa melhor, você está sendo preparado para o trabalho espiritual de forma responsável e consciente. A sua vibração energética subirá e a intenção é mantê-la neste nível, o que cria outra magnífica defesa espiritual, pois como observamos nesta citação do livro Energia & Matéria: Novos Horizontes para a Medicina de José Lacerda de Azevedo, pesquisador e pioneiro da Apometria: Informa (o obsessor) que já colocou cerca de novecentos aparelhos negativos de vários tipos no sistema nervoso de criaturas encarnadas, alguns deles bem mais aperfeiçoados do que aquele. Revela que, em algumas pessoas, a implantação não funciona, parece que elas têm uma espécie de imunidade contra os engenhos das trevas, pois eles caem por si mesmos, após algum tempo.” (O ex-príncipe não sabe que os aparelhos caem porque a vítima possui padrão vibratório superior. 

Aonde Bardon quer nos levar nos transformando em seres predominantemente positivos? 

Quando eu descobrir contarei aqui. Até lá…
Boas práticas!

L.A. 


Meditação para Iniciantes

Este artigo se destina às pessoas que nunca meditaram ou que possuem muitas dificuldades quando tentam meditar. Se você é experiente em meditação clique aqui.


Mitos

1. Meditação é uma maneira de fugir dos problemas.

Pelo contrário, com os olhos fechados, na penumbra ou na escuridão, com a atenção totalmente voltada para o interior: os problemas, emocionais ou do dia a dia formam ondas gigantescas na superfície da mente. A meditação também é uma ferramenta de reflexão e autoconhecimento, os pensamentos não irão magicamente desaparecer quando você meditar. Os problemas virão ao teu encontro, mas não para serem temidos ou para te atrapalhar, e sim para serem resolvidos através da compreensão, não reprimidos como fazemos no dia a dia: jogamos tudo no porão, sempre. Meditação recicla nosso lixo interior em algo sutil, é deste processo que se origina a sabedoria.

2. Meditação é coisa de gente mais velha

A meditação desenvolve o córtex pré-frontal. Praticar a consciência de seu estado interno, também pela meditação, dando a si mesmo a atenção e a harmonia que deveria ter realmente recebido quando criança. Esse estado de consciência aciona as regiões medianas do cérebro e aumenta a coordenação entre o córtex pré-frontal e o sistema límbico; estes são substratos neurais essenciais do vínculo seguro (Siegel 2007). Região responsável pela inteligência emocional e o pensamento estratégico, seu desenvolvimento causa grandes impactos positivos na vida emocional, profissional e acadêmica. 

3. Devo ser budista para meditar.

A prática da meditação era realizada pelos egípcios há mais de 5000 mil anos antes de Cristo (Paul Brunton, O Egito Secreto, Pensamento, 1991). Segundo Johnson, em seu livro (Do Xamanismo à Ciência. Uma história da meditação, Cultrix, 1990), na antiga China, por volta de 300 a.C., a literatura taoísta, com mestres como Lao-Tzu e Chuang-Tzu, já expunha exercícios meditativos, de forma sistematizada. A literatura mística do norte da Índia, entre 1500 e 1000 a.C., também já apresentava técnicas de meditação. Os monges cristãos também praticavam a meditação, a meditação cristã é uma antiga forma de oração cristã, oração contemplativa que procura Deus no silêncio e na quietude, para além das palavras ou pensamentos. Enraizada no Evangelho e nas cartas de S. Paulo, foi ensinada por S. João Cassiano e pelos Padres do Deserto no século IV e redescoberta na 2ª metade do século XX por um monge Beneditino, John Main (1926/1982), que fundou a Comunidade Mundial de Meditação Cristã (Comunidade Mundial de Meditação Cristã). 

4. Você só pode meditar em determinados momentos, voltado para determinadas direções.

Qualquer momento é propício. No ônibus indo para o trabalho, no trem voltando da faculdade, após terminar uma prova e ter que esperar o horário de saída. Na fila de um banco. Tudo que você precisa é respirar ritmicamente. Escreverei mais sobre isso ao longo deste artigo.

5. Você tem que meditar por horas para ir bem fundo.

Como qualquer prática, quando mais praticar diariamente por 10 ou 20 minutos, mais habilidoso você se tornará em entrar no estado de relaxamento profundo, mas esteja atento ao item um desta lista de mitos: para o relaxamento acontecer, é preciso resolver os problemas através da meditação (reflexão) ou da ação consciente. 

6. Assim que eu meditar os pensamentos vão desaparecer.

O chamado vácuo mental ou esvaziamento natural da mente não ocorre de uma vez e pode não ocorrer nas primeiras meditações ou meses de meditação. Em média, após 10 minutos de meditação completa sem nenhum movimento, ocorre os primeiros sintomas de relaxamento mental: Desfoco de imagem, se de olhos abertos. Expansão da mente, se de olhos fechados, assim como perca da sensação física. 

7. Preciso ficar sentado na posição de lótus para meditar?

Não, pode-se meditar em qualquer posição desde que confortável.

8. Preciso estar num local silencioso para meditar.

Um local silencioso é favorável a meditação, mas não é necessariamente um requisito. Como qualquer barulho/objeto/sensação pode ser usado para contemplação, então enquanto se está meditando e na rua estão ouvindo música alta, você pode contemplar a sonoridade da música, as batidas da música. Sem julgamento. Apenas contemplação.

Prática

!O tempo mínimo para cada meditação com as técnicas a baixo é de cinco (5) minutos!



Técnica 1 – Reflexão

Como eu disse no item um da lista de mitos, a meditação pode e deve ser usada para a reflexão, por isso, escolhi como primeira técnica justamente o autoconhecimento. 
Sente-se confortavelmente. Respire fundo lentamente e solte lentamente, várias vezes. Escolha um problema emocional ou social para ser o objeto de reflexão. Reflita sem julgamentos sobre as consequências que este problema tem sobre você, sobre seu temperamento, sobre suas escolhas. Como você é influenciado(a) por este problema? Como ele impede que você se sinta seguro(a)? Qual a raiz deste problema? Como ele surgiu? Qual o seu oposto? Quais ligações este problema tem com sua personalidade? Enxergue o problema de ângulo maior, fora de si. Por ocasionar o relaxamento e por consequência expandir a mente, as soluções, durante a meditação, chegam com muita intensidade e clareza: os famosos insights. Deste processo também se origina a sabedoria.

Técnica 2 – Observar os Pensamentos

Sente-se confortavelmente ou deite-se, comece a observar seus pensamentos, sem se encantar por eles, sem participar do jogo de imagens e palavras. Observe como observamos uma criança mimada: pois é isto que a mente é no início. Observe o fluxo de pensamentos, como eles são vagos e desgovernados. Não tente controlar os pensamentos. Não entre no jogo deles, simplesmente observe sem se preocupar. O relaxamento e o vácuo mental virão aos poucos.

Técnica 3 – Observe as sensações do corpo

Sente-se confortavelmente ou deite-se, leve a atenção para as sensações físicas que estiver sentido. Tensões. Estalos. Pequenas dores. Calor ou frio. Contemple-as conscientemente, sem julgá-las. Sem se envolver por elas. Apenas as observe com gentileza. Esta técnica libera muitas tensões físicas e provoca o relaxamento mental facilmente. 

Técnica 4 – Meditação com vela 

Coloque uma vela acesa a mais ou menos um metro a sua frente, o ambiente precisa estar totalmente escuro, iluminado apenas pela chama da vela. Sente-se confortavelmente e passe a contemplar a chama da vela, sem piscar, com os olhos levemente cerrados, observe a chama sem movimento algum. Sua luz. Sua forma. Continue nesta prática até restarem você e a vela no universo. No começo será difícil não piscar, você não deve ficar com os olhos totalmente abertos ou arregalados, mas semiabertos, de modo que contemple a vela e não faça, ao mesmo tempo, força alguma para manter os olhos abertos.

Dificuldades

1. Se perder em conversas mentais ou reviver cenas do dia a dia, respondendo perguntas do passado de forma inteligente. Resolução: Esta dificuldade é o contrário da técnica dois. Você se deixou se envolver pela lembrança, passou de um observador a um agente ativo do pensamento, logo sentirá um desgaste mental e ao término da meditação não sentirá nada de diferente porque não meditou em nenhum momento. Pare e respire fundo lentamente, sem forçar o pulmão. O suficiente para o ar ir fundo, mas nunca force o peito para frente com força. Compreenda o momento presente, traga a atenção para o agora e volte a apenas e simplesmente observar os pensamentos. Nada importa neste momento. Somente você e o grande agora. O exercício de observação desenvolve o discernimento e autoconsciência por "forçar" o eu maior a observar o eu menor.

2. Vontade e agonia por estar parado, querer loucamente se mexer. Resolução: Levante! Mexa-se um pouco, sem movimentos bruscos e alongue o corpo um pouco. Fique um pouco nesta posição por alguns segundos ou minutos:

O leitor atento descobrirá o porquê da Yoga ser uma prática pré-meditativa.


Sem forçar os braços até o chão. Neste momento, não importa até onde você pode ir. Apenas permaneça com os braços suspensos, de olhos fechados, sentindo a coluna relaxar. Após isto, se souber faça outros alongamentos, volta a sua posição meditativa, respire profundamente devagar várias vezes e tente novamente. Em primeiro lugar a agonia acontece por o corpo estar tenso. Em segundo lugar, se ainda estiver sobre agonia, escolha outro horário para a prática meditativa. Cada pessoa possui um relógio biológico distinto que influencia diretamente na prática meditativa, eu por exemplo, medito eficientemente pela manhã ou a tarde, a noite tenho dificuldade inicial. Algumas técnicas avançadas de meditação trabalham diretamente esta agonia lutando contra ela e permanecendo em meditação, mas o objetivo deste artigo são os iniciantes, então manterei este foco. 

3. Medo de ficar com os olhos fechados. Resolução: Medite a luz do dia ou com um lençol cobrindo o corpo em posição meditativa, o medo desaparecerá aos poucos quando você compreender que não há nada exterior para ser visto. Este medo também pode ser causado pelo temor de fechar os olhos e enfrentar os próprios problemas. Esta dificuldade é a principal causa que afasta as pessoas da prática meditativa. A técnica quatro também pode ajudar quem possui este problema. Outra técnica meditativa para quem enfrenta este medo é a meditação caminhando, como na técnica três, você deve observar a sensação de pisar no chão. As solas dos pés, todos os músculos dos pés trabalhando, os dedos que estão tensos, respirando fundo e lentamente quando necessário. Os medos vêm e vão, o aprendizado é eterno.

4. Não conseguir manter o foco/concentração. Resolução: Isto não é um problema proveniente da meditação, mas um aspecto não desenvolvido do meditador. A função da meditação é desenvolver o foco e a concentração, então se você não possui um ou ambos, continue meditando! Não há problema algum em falhar, em não conseguir inicialmente. Com o tempo, como já explicado, a região responsável pela concentração se desenvolverá.

Peço desculpas pelo tamanho do artigo, mas não quis dividi-lo em duas partes. Qualquer dúvida fique a vontade para perguntar.

Até a próxima!

L.A.



O Poder da Imaginação – Parte I

Irei tratar nesta série de duas partes a importância e o poder da imaginação no trabalho e para o treinamento magístico, esta primeira parte é uma introdução. A imaginação sempre foi uma habilidade menosprezada pela mídia, ridicularizada nas crianças e diminuída na vida social: “Essa tem imaginação fértil”, “Está sonhando acordada?”, entre outros jargões que travam o desenvolvimento da imaginação por pura ignorância.



A ideia de que existe uma espécie de imaginação universal se reflete na obra de Carl Jung, cujas observações como psiquiatra o levaram a postular o conceito de Inconsciente Coletivo - uma região da mente comum a toda a raça humana. O interesse crescente dos acadêmicos pelo xamanismo, alguns anos depois da morte de Jung, levou à descoberta de que as visões xamânicas permitiam um acesso consciente a esse nível de realidade, e que tal acesso muitas vezes parecia produzir resultados no nível físico (ASHCROFT-NOWICKI, Dolores e J.H. Brennan. A Magia das Formas-pensamento. São Paulo, Pensamento. 2009).

A extraordinária ação da Imaginação e a forma como ela alcança o seu auge podem ser vistas por meio de um exemplo tirado da experiência em tempos de epidemia, quando ela envenena mais do que qualquer ar infectado, e contra a qual nenhum antídoto, seja de mitridato ou de melaço, surte qualquer efeito; a menos que ela definhe e feneça, nada ajudará. A Imaginação é uma corredora e mensageira tão ágil e veloz que não apenas passa de casa em casa e de rua em rua, mas ainda se alastra de uma cidade ou país a outro; assim, pela Imaginação de um único indivíduo, a epidemia pode assolar uma cidade ou um país inteiro e matar milhares de pessoas (Paracelso, Archidoxis Magicae (em inglês The Archidoxes oj Magic, Londres: Askin, e Nova York: Weiser, 1975).

A imaginação de um iniciado é diferente da de uma pessoa comum. Para um mago, a imaginação é o modo pelo qual a Vontade se expressa no reino mental. Sem a imaginação, a vontade não tem meios de se executar magicamente sobre as esferas de influência. O mago sabe que a esfera mental é onde toda a magia se inicia, com o uso da imaginação “plástica” (tão clara que parece real). Se a imaginação é forte e clara o suficiente no reino mental, então as forças astrais correspondentes se moverão em harmonia com seus arquétipos mentais como dirigidos pelo mago. Então, aí vemos a importância em todo o treinamento mental até agora, porque se o estudante for incapaz de trabalhar com as imagens cristalinas e desejos no reino mental, ele gastará muita energia tentando causar uma ocorrência astral. Os processos astrais não seriam capazes de seguir um arquétipo espalhado e fraco para cumprir tal Vontade destreinada. Tal mago seria capaz de executar alguma magia mental, sendo pouco capaz de trazer qualquer efeito astral e completamente incapaz de causar qualquer mudança física. Muitas pessoas associam a palavra “imaginação” com “irreal” ou “falsidade”. Para o mago, a imaginação é uma coisa muito real e a mais importante de todas as ferramentas mágicas disponíveis a ele. Não é um “sonhar acordado” vago, mas uma operação exata da Vontade sobre a esfera mental para ativar as forças desejadas (Comentários Sobre IAH, Chris Murphy).

Segue-se que a imaginação, a abstração e a comparação dominam as manifestações do espírito, delas decorrendo todos os inventos e descobertas, inspirações e criações do gênio (BOZZANO, Ernesto. Pensamento e Vontade. Roma, 1926).

E assim como uma espécie de demiurgo, que cria os objetos e imprimem diretamente na matéria amorfa as ideias que lhe perpassam pelo cérebro, ou os sonhos da sua imaginação. ( Anais, 1914, página 149).



A tela que você está lendo este artigo, a rede elétrica por onde passa a energia que alimenta os eletrodomésticos, o ônibus e o carro usados diariamente por bilhões de pessoas. Todas as criações humanas existiram antes de serem manifestadas em aspectos físicos, na imaginação. Os prédios que se contrastam com o horizonte, os aviões borbulhando no céu azul. As estórias literárias que nos fazem chorar ou sorrir foram criadas na imaginação do autor, o mundo é a tela onde as cores da imaginação atuam. A imaginação é tão forte que pode levar as pessoas a ficarem presas em suas cabeças em ciclos sem fins de criações e sensações. A imaginação cria o medo: quando um galho de uma árvore se transforma no braço de um monstro que por algum motivo quer nos devorar as dez e meia da noite, ou cria a tristeza quando nos imaginamos sozinhos num futuro incerto. Também cria o amor quando começamos a nos imaginar ininterruptamente com aquela pessoa especial. Em todos estes pontos, e em muitos outros quais o leitor descobrirá através da reflexão, a imaginação nos controla, mas e se tivéssemos as chaves para passar a desenvonvê-la? Se deixássemos de sermos meros escravos de imagens que vem e vão por portas que desconhecemos? Nos próximos artigos conheceremos algumas dessas chaves.

L.A.

Astrologia, Psicologia e a Instrução Mágica da Alma (I)


No exercício de introspecção ou autoconhecimento na segunda parte do Grau I, Franz Bardon introduz a identificação dos aspectos positivos e negativos da personalidade, conhecidos no vocabulário popular como qualidades e defeitos. E no início da mesma obra cita: "A prova dos efeitos dos elementos em relação aos Tattwas, para o uso pessoal, consta de modo suficientemente explícito nas obras astrológicas". Exemplificando brevemente, cada signo do zodíaco é regido por um elemento, assim como cada uma das doze casas da roda natural ou plana.


Primeira Casa: eu (a pessoa de quem é o mapa)
Segunda Casa: meu (o que me pertence)
Terceira Casa: aqui (meu ambiente imediato)
Quarta Casa: privado (minha vida privada)
Quinta Casa: amor dado (o amor que eu dou)
Sexta Casa: saúde física (estado do meu corpo)
Sétima Casa: você (o outro)
Oitava Casa: deles (posses dos outros)
Nona Casa: lá (lugares mais distantes)
Décima Casa: público (minha vida pública)
Décima primeira Casa: amor recebido (o amor que eu recebo)
Décima segunda Casa: saúde mental (estado de minha mente)

Os signos também são divididos em polaridades.



Em Magia Prática: O Caminho do Adepto, Franz Bardon cita os quatro temperamentos psicológicos:

Segundo seus elementos predominantes, podemos distinguir os temperamentos colérico, sanguíneo, melancólico a fleumático natural. O temperamento colérico nasce do elemento fogo, o sanguíneo do elemento ar, o melancólico do elemento água e o fleumático do elemento terra. 

O temperamento colérico possui, em sua polaridade ativa, as seguintes características boas: atividade, entusiasmo, estímulo, determinação, audácia, coragem, força criativa, zelo, etc. Na forma negativa são: voracidade, ciúme, paixões, irritação, agressividade, intemperança, impulso destruidor, etc.

O temperamento sanguíneo indica em sua forma ativa as seguintes características: compenetração, esforço, alegria, habilidade, bondade, clareza, despreocupação, bom humor, leveza, otimismo, curiosidade, independência, vigilância, confiabilidade, etc. Na forma negativa: susceptibilidade, auto depreciação, bisbilhotice, falta de perseverança, esperteza, tagarelice, desonestidade, volubilidade, etc.

O temperamento melancólico na sua forma ativa possui: atenção, generosidade, modéstia, afetividade, seriedade, docilidade, fervorosidade, cordialidade, compreensão, meditação, compaixão, serenidade, profundidade, credulidade, capacidade de interiorização a de perdão, ternura, etc. Na sua forma negativa possui: indiferença, derrotismo, timidez, falta de participação, inflexibilidade, indolência, etc.

O temperamento fleumático na sua forma ativa possui: atenção, presença, perseverança, ponderação, determinação, seriedade, firmeza, escrupulosidade, solidez, concentração, sobriedade, pontualidade, discrição, objetividade, precisão, senso de responsabilidade, confiabilidade, prudência, resistência, consequência, etc. Na forma negativa: insipidez, desleixo, autodepreciarão, indiferença, falta de consciência, aversão ao contato humano, lentidão, falta de agilidade, indolência, desconfiança, laconicidade, etc.

"Tudo o que foi criado, o macrocosmo e o microcosmo, portanto o grande e o pequeno mundos, formaram-se através dos elementos" – Franz Bardon.

Este fabuloso site https://www.astrolink.com.br/mapa-astral realiza um mapa astral organizando por elementos predominantes. Observe esta tabela do mapa astral de Joãozinho:

Na identificação dos aspectos positivos e negativos da personalidade, se Joãozinho usar esta ferramenta (a Astrologia) obterá grande auxilio. Logo percebe-se, através da Astrologia, que ele é uma pessoa predominantemente fleumático e em segundo lugar sanguíneo. Franz Bardon nos orienta a criar três colunas para inserir os aspectos da alma em ordem de intensidade. Provavelmente, os aspectos que Joãozinho colocará na primeira coluna terão ligação com o elemento Terra, e os da última coluna com os elementos Água e Fogo.

Se Joãozinho observar em quais casas do seu mapa astral estão concentrados a maior quantidade de planetas, também descobrirá outra grande chave para o autoconhecimento. O Mapa Astral em si é uma ferramenta magnifica e sua correspondência com os elementos deve ser analisada e estudada em prol da descoberta dos aspectos positivos e negativos da personalidade. Após a listagem de no mínimo cinquenta aspectos negativos e cinquenta aspectos positivos, poderemos passar para o Grau II. O site citado a cima é de grande ajuda e o atalho que este propõe não deve ser encarado levianamente, o Mapa Astral não substitui a reflexão e a anotação constante por intermédio da autoanálise.

Superficialmente, apenas com a tabela de predominância dos elementos é possível listar alguns aspectos positivos e negativos de Joãozinho. Não considerei, por exemplo, o posicionamento da Lua no Mapa Astral de Joãozinho que está em Áries (fogo), além de Saturno e o nódulo norte. Quando o praticante criar sua tabela, ela deve ser feita ponderamente, sempre refletindo. Se não conseguir encontrar uma resposta, medite sobre a pergunta/aspecto.



Obs: Foram usadas as características baseadas nos quatro temperamentos humanos, mas também é possível construir outras tabelas usando as características positivas e negativas dos signos e dos elementos propriamente ditos, mais sobre as características dos elementos serão mostradas na tradução do livro The Universal Master Key de Franz Bardon.

Joãozinho ficou impressionado com a exatidão deste método. Aviso solenemente que este meio não deve substituir jamais a auto reflexão e auto observação constante, é uma ótima forma para um ponta péinicial, se não souber por onde começar. A lista não deve jamais ser escrita automaticamente, cada aspecto, positivo ou negativo é uma pequeno reflexo do prisma que compôe tua personalidade. A seriedade para com o treinamento mágico abre muitas portas. Reflita muito e Caminhe sempre!


Pistas, nunca as respostas;
Boas práticas!
L.A.

Bibliografia

BUENO, C. M. S.; MATTOS, M. Curso Básico De Astrologiaː Introdução à astrologia e signos. [São Pauloː Cultivox. 2001].

BARDON, Franz: Magia Prática: O Caminho do Adepto; um curso em dez etapas teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Ground, 2007.

Grau I - A Equanimidade e o Exercício de Observação

O primeiro exercício prático do livro de Franz Bardon é  confuso para muitas pessoas que nunca meditaram ou que sempre viveram no automático: como observar os próprios pensamentos se os pensamentos são eu? Após algum tempo de prática compreendemos que não somos os pensamentos e que muitos deles não são nossos. E se aplicarmos o exercício de observação, não apenas aos 10 minutos matutinos e noturnos, e sim a todo instante possível, desenvolveremos o que no Budismo é conhecido como a prática da equanimidade: observar, sem envolver-nos mental e emocionalmente, com os acontecimentos exteriores e interiores, emocionais ou biológicos (desejo).

"Quando somos equânimes, não nos prendemos às experiências boas nem às ruins. Em vez disso, criamos um espaço em torno das experiências – um protetor entre nós e as sensações associadas a elas. Esse estado de ser não está baseado no controle pré-frontal padrão das emoções, em que há inibição e comando da atividade límbica. Na verdade, com equanimidade, o sistema límbico pode disparar como bem entender. A questão mais importante da equanimidade não é reduzir ou canalizar essa ativação, mas simplesmente não reagir a ela. Esse é um comportamento muito incomum para o cérebro, que é projetado pela evolução para responder a sinais límbicos, em particular a vibrações de sensações prazerosas e desagradáveis (HANSON, Rick: O Cérebro de Buda. São Paulo: Alaúde, 2012)."

"Com equanimidade, a pessoa enxerga a natureza transitória e imperfeita da experiência, e seu objetivo é permanecer desencantada – livre dos encantamentos lançados pelo prazer e pela dor. Nesse sentido um tanto budista da palavra “desencantado”, a pessoa não está desapontada ou insatisfeita com a vida – ela simplesmente não é iludida por seus aparentes encantos e sobressaltos nem tirada de seu centro por nenhum deles (HANSON, Rick: O Cérebro de Buda. São Paulo: Alaúde, 2012)."

"A equanimidade envolve também permanecer consciente da corrente que passa sem se deixar levar por ela. Isso exige supervisão do cingulado anterior, especialmente nos estágios iniciais de equanimidade. Conforme esta se aprofunda, segundo meditadores, a continuidade do estado de atenção plena ocorre sem esforço¹, o que, presumivelmente, se relaciona com a atividade reduzida do CCA e a estabilidade auto-organizadora nos substratos neurais da consciência (HANSON, Rick: O Cérebro de Buda. São Paulo: Alaúde, 2012)."

1. O exercício de observação desenvolve naturalmente a concentração. Não é a toa que o segundo exercício do livro Magia Prática é o exercício de concentração. Coincidência? Acredito que não.

"Outro aspecto da equanimidade é um espaço de trabalho global da consciência excepcionalmente vasto (Baars 1997), o complemento neural do senso mental de grande amplidão em torno de objetos da consciência. Isso é possibilitado pela estável e extensa sincronização de ondas gama de bilhões de neurônios por grandes áreas do cérebro, disparando juntos, ritmadamente, de trinta a oitenta vezes por segundo. O interessante é que esse padrão atípico de ondas cerebrais é observado em monges tibetanos com muita prática em meditação – e muita equanimidade (Lutz et al. 2004)."

"Com o passar do tempo, a equanimidade alcança uma paz interna profunda, característica determinante da absorção contemplativa (Brahm 2006). Além disso, torna-se cada vez mais entrelaçada com a vida cotidiana, produzindo ótimos benefícios. Se alguém é capaz de quebrar a ligação entre as sensações e o desejo incontrolável – se pode conviver com o que é prazeroso sem correr atrás dele, com o desagradável sem resistir a ele e com o neutro sem ignorá-lo –, é sinal de que quebrou a cadeia do sofrimento, pelo menos por um tempo. E isso é não só uma bênção como uma liberdade fantástica (HANSON, Rick: O Cérebro de Buda. São Paulo: Alaúde, 2012)."

A mestre budista Kamala Masters conta a história da descida do rio Ganges de barco durante o amanhecer. À sua esquerda, o sol iluminava torres e templos antigos com um primoroso brilho róseo. À sua direita, piras funerárias queimavam, e os sons dos lamentos subiam com a fumaça. De um lado, beleza; do outro, morte, e a equanimidade abria o coração dela o suficiente para abraçar ambos.

Nem Luz
Nem Trevas
Apenas
O Equilíbrio
L.A.



"... O homem que não se deixa mais atormentar por essas coisas, - que se conserva firme e inabalável no meio do prazer e da dor, - que possui a verdadeira igualdade de ânimo: esse, creiam-me, entrou no caminho que conduz à imortalidade..." - Bhagavad-Gita.


Boas práticas!

Grau I - Exercício de Observação

Observar os pensamentos sem sê-los: de um lado as boas sensações sem encantar-nos, do outro lado as más sensações que observadas de longe, ambas são apenas ciclos não apenas da mente, mas da existência física.

Observar os desejos alterando o corpo e liberando os hormônios, sem envolvermo-nos mentalmente, sem lutar, pois lutar contra os desejos traz frustração. De repente jaz o desejo abrindo espaço para a clareza. No centro da mente deve brilhar neutramente a equanimidade.

Observar o macaco-ego: gritar, discursar, elogiar, sofrer. Observar sem ouvir. Observar sem deixar-se ser abraçado por suas garras reptilianas. E então, aos poucos a mente é envolvida pelo silêncio interno.

E no dia seguinte;
Observar novamente;
Até tornarmo-nos;
O Observador;
E não o objeto observado.
L.A.

Ensaio: Elemento Água

Em vácuo mental a essência da água apresenta-se. Ela permite que eu a manipule livremente, quase perfeitamente. A sinto nos seres vivos como pulsações fluídicas pulsando no centro de suas existências enquanto caminham, voam, brotam, estudam, sorriem ou choram, tudo faz parte de uma mesma Arte.

É difícil manter o vácuo mental caminhando no centro da cidade. Respiro lentamente e logo a mente torna-se clara como a água de uma nascente virgem. A mente precisa espelhar-se na pureza da água intocada pelo homem para então esvaziar-se, desprender-se, descolorir-se. Descubro que este é mais um segredo da meditação constante.

Então a manipulo em meu corpo, desta forma é possível transmutar qualquer emoção negativa presente. Medo instantaneamente torna-se coragem. Insegurança transmuta-se em autoconfiança. E logo percebo que a água faz parte do meu Ser como toda a Criação. Percebo que posso canalizar Luz a qualquer instante e aplicar em cada célula do meu corpo, e que isto, enfim não é conquista alguma, é apenas uma consequência natural de viver em prol do amor divino.

L.A.

O Poder do Silêncio - Evocação de Alosom

-18/09/1997

"Quando um espírito, como Alosom, entra em nosso mundo físico ou quando o silêncio está completamente presente, a dúvida e a confusão se dissolvem. A fé e a convicção estão completas.
Você percebe como sua situação atual, não importa quais dificuldades estejam presentes, é um excelente lugar para realizar tudo o que você precisa para ser melhor. Os conflitos e tensões que te mantém são vistos como ingredientes que você pode usar para se transformar e transformar o mundo.
Alosom fez estes seguintes comentários sobre o silêncio:

- Para o círculo de pedra com cinco mil anos (Stonehenge), o passado, o presente e o futuro não estão separados. As pedras estão dispostas a testemunhar a beleza e a magnificência que ressoam no centro do círculo onde silêncio fala.

- O tempo é este círculo de pedra. Todos os mundos, evoluções, raças e caminhos da vida são monólitos e monumentos que revelam seus propósitos. Mas o silêncio está por trás das formas e desenhos modelados pelo tempo e está cheio de luz ilimitada, todos os tesouros da matéria e do espírito e todas as expressões da vida testemunham a sua presença.

- O silêncio é uma roupa usada pelo Imanifesto quando este aparece na Terra. Caminhar camuflado em silêncio é ser um agente da paz na Criação. Raiva e fúria são então como chamas de velas expostas a uma tempestade de inverno. O ódio e a ganância são como gelo em meio a um deserto onde a areia banha-se no calor.

- O silêncio é o gosto do infinito - o vinho no copo de cada momento. Beber é se tornar profeta da libertação, emancipação e liberdade.

- Entrar em silêncio é ser purificado, ungido e abençoado. Você pode enxergar as profundidades todas as vezes nos olhos daqueles que realizam missões divinas.

- O silêncio é o poder de seguir um caminho de luz através das maiores perplexidades e obstruções. Quando você fala, os pesadelos se transformam em visões de compaixão e tristeza adormecendo nos braços da paz.

- Em silêncio, quem você é e quem você deve ser - sua divindade e destino mais elevado - estes são sempre radiantes como uma chama em seu coração. Entre no centro do círculo. Seja um mar de luz ilimitada. Torne-se a gema plena que responde a todos os desejos e ainda assim oferece a maior libertação.

- Procure e reivindique os tesouros do silêncio para que eles se tornem seus. Desenhe sobre o seu espírito interior e também sobre mim. Sou livre para ensinar e transmitir aos outros todos esses poderes e qualidades.

- A razão pela qual eu existo é para que esses presentes possam ser celebrados na Terra. Aproxime-se através de evocação, invocação, meditação ou qualquer outro meio. Embora eu seja um agente com uma comissão nomeada pela Divina Providência, quando se trata do silêncio, estou tão perto de você quanto sua própria respiração."

Esta evocação, é claro, quase não arranha o superfície da sabedoria de Alosom. Quando reflito sobre o silêncio agora, veja que como no círculo de pedra de um druida, o silêncio é parte do ciclo do dia e da noite, das estações do ano e das fases de nossas vidas. Silêncio é uma parte do tecido da vida. É comum, sempre presente, e ainda sua natureza pode ser explorada e celebrada através da cerimônia e do ritual.

Em um instante, com a menor mudança mental, posso estar dentro do templo do silêncio que experimentei em minha visão. Aprecio esse sentimento de comunidade e conexão que é livre dos limites de tradições limitantes. O silêncio abraça a todos. O tempo e a distância não impõem restrições a este espaço sagrado. Aqui, os seres humanos e seres divinos se sentam lado a lado. Um espaço puro demais para ser comprometido, o silêncio, como o céu à noite, é cheio de maravilhas e belezas.

Alosom conclui,

"Que o silêncio possa preenchê-lo com luz infinita
Que o coração da vida habite em seu coração
Que a paz que abraça o universo e todas as suas estrelas
Permaneça com você e guie-o onde quer que esteja."

Tradução: Lucas Augusto
Evocação na íntegra: http://www.williammistele.com/alosom.html

"Herdeiro de um Mundo Agonizante,
nós te chamamos à Beleza Viva.
Itinerante da Escuridão Selvagem,
nós te chamamos à Luz Gentil.
Muito tempo viveste na Escuridão;
abandona a Noite e procure o Dia".




Bem-vindo(a)! Estou criando este site para ajudar aquelas que querem conhecer e talvez adentrar num assunto/campo tão complicado - a primeira vista - como a Magia. Ninguém melhor que Franz Bardon para nos orientar a expandir nossa Luz através do equilíbrio de nossas trevas.
Contudo, diversos autores possuem obras memoráveis. Em minhas pesquisas comecei a perceber que todos os treinamentos criados por outros autores evidenciam a importância dos tópicos já abordados e organizados sistematicamente por Franz Bardon - como a concentração, visualização, vácuo mental, transferência da consciência, projeção astral/mental, evocação mágica, etc.

Se outros autores possuem técnicas e conhecimentos que podem ajudar no desenvolvimento e na compreensão dos exercícios de Franz Bardon. Por que não considerá-los? Conhecimento organizado e fundamentado nunca é demais.

Porém, Franz Bardon nas primeiras páginas do livro citado a cima, orienta a busca da teoria - esta é uma das funções primordiais deste blog: organizar de forma sistemática - respeitando os limites de cada Grau - o conhecimento teórico que pode ajudar e muito no avanço do treinamento mágico. Clique aqui e conheça as dicas, obras e conhecimentos complementares ao Grau 1 conforme minha própria experiência. 

O que é Magia?

“Magia é uma palavra conveniente para toda uma coleção de técnicas, todas as quais envolvem o uso da mente. Neste caso, veremos que todas estas técnicas envolvem a mobilização da confiança, vontade e emoção, direcionadas a partir do reconhecimento da necessidade, do uso das faculdades da imaginação, principalmente através da habilidade de visualizar, a fim de entender como outros seres funcionam na natureza para que possamos usar este conhecimento de forma a atingir os fins necessitados”. – Margot Adler.

"Muitas seitas e escolas espirituais vêem no termo "magia" nada além de simples feitiçaria e pactos com os poderes obscuros. Por isso não é de se admirar quando a simples menção da palavra já provoca uma espécie de horror em certas pessoas. Os prestidigitadores, mágicos de palco, charlatães, ou como são chamados, fazem um mau uso do conceito de magia, o que até hoje contribuiu muito para que esse conhecimento mágico fosse sempre tratado com um certo desdém. Já nos tempos antigos os magos eram considerados grandes iniciados; até a palavra "magia" provém deles. Os assim chamados "mágicos" não são iniciados, mas só forjadores de mistérios que geralmente se aproveitam da ignorância e da credulidade de um indivíduo, ou de todo um povo, para alcançar seus objetivos egoístas através da farsa e da mentira. Mas o verdadeiro mago despreza esse procedimento. Na realidade a magia é uma ciência divina. Na verdadeira acepção da palavra, ela é o conhecimento de todos os conhecimentos, pois nos ensina como conhecer a utilizar as leis universais. Não há diferença entre magia a misticismo, ou qualquer outro conceito com esse nome, quando se trata da verdadeira iniciação. Sem se considerar o nome que essa ou aquela visão de mundo lhe dá, ela deve ser realizada seguindo as mesmas bases, as mesmas leis universais. Levando em conta as leis universais da polaridade entre o bem e o mal, ativo a passivo, luz a sombra, toda ciência pode ser aplicada para objetivos maléficos ou benéficos. Como por exemplo uma faca que normalmente só deve ser utilizada para cortar o pão, nas mãos de um assassino pode transformar-se numa arma perigosa. As determinantes são sempre as particularidades do caráter de cada indivíduo. Essa afirmação vale também para todos os âmbitos do conhecimento secreto." - Franz Bardon.

Por onde começar?

1. Clique aqui para baixar gratuitamente o primeiro livro de Franz Bardon, Magia Prática: O  Caminho do Adepto em português. Leia pelo menos o prefácio, o sumário e toda a parte introdutória.


“Se um mago tem a evolução ele terá também o desenvolvimento, mas um mago que tem todo o desenvolvimento do mundo pode não ter uma gota de evolução espiritual. A consciência é a coisa mais importante.” - Veos

"O ser humano é rocha se teima em não crescer, é vegetal, se cresce mas não sabe o que busca, é mero animal um pouco melhorado, se busca mas não pensa e repensa, e pensar não é saber correr atrás da caça ou do abrigo, pois isto qualquer animal faz. Pensar é questionar e deixar fluir não apenas informações livrescas, mas as percepções que jamais habitaram páginas de papel, mas que, no entanto, dão ao ser humano a flexibilidade que permite o pensamento se mover e crescer." - Jaber Lira Buannafina

Sumário do livro: Magia Prática: O Caminho do Adepto / Iniciação ao Hermetismo.

Observações aos recem-chegados antes da leitura do indíce:

1. É uma obra 90% prática, portanto o tempo para completar o treinamento até o Grau IX é de no mínimo seis (6) anos. Não existe tempo máximo.
2. Antes de julgar a veracidade da obra, pratique-o. 

Franz Bardon
O GRANDE SEGREDO DO TETRAGRAMMATON
Sobre os Elementos
O Princípio do Fogo
O Princípio da Água
O Princípio do Ar
O Princípio da Terra
A Luz
O Akasha, ou o Princípio Etérico
Karma, a Lei de Causa a Efeito
O Corpo Humano
Dieta
Polaridade
O Plano Material Denso ou o Mundo Material Denso
A Alma ou o Corpo Astral
O Plano Astral
O Espírito
O Plano Menta
Verdade
Religião
Deus
Ascese

SEGUNDA PARTE

GRAU I

Instrução Mágica do Espírito (I)
Controle do Pensamento, Disciplina do Pensamento
Domínio do Pensamento
Instrução Mágica da Alma (I)
Introspecção ou Auto-Conhecimento
Instrução Mágica do Corpo (I)
O Corpo Material ou Carnal
O Mistério da Respiração
Assimilação Consciente de Nutrientes
A Magia da Água
Resumo de Todos os Exercícios do Grau I

GRAU II

Auto-Sugestão ou o Mistério do Subconsciente
Instrução Mágica do Espírito (II)
Exercícios de Concentração
a) visuais
b) auditivos
C) sensoriais
d) olfativos
e) gustativos
Instrução Mágica do Alma (II)
Equilíbrio Mágico-Astral ou dos Elementos
Transformação do Caráter ou Enobrecimento da Alma
Instrução Mágica do Corpo (II)
Respiração Consciente pelos Poros
O Domínio do Corpo na Vida Prática
Resumo de todos os exercícios do grau II

GRAU III

Instrução Mágica do Espírito (III)
Concentração do pensamento em duas ou três idéias simultaneamente
Concentração do pensamento em objetos, paisagens e lugares
Concentração do pensamento em animais e pessoas
Instrução Mágica da Alma (III)
Respiração dos Elementos no Corpo Inteiro
a) fogo
b) ar
c) água
d) terra
Instrução Mágico do Corpo (III)
Represamento da Energia Vital
a) através da respiração pulmonar e pelos poros do corpo inteiro
b) nas diversas partes do corpo
APÊNDICE AO GRAU III
Impregnação de Ambientes
Biomagnetismo
Resumo de todos os exercícios do grau III

GRAU IV

Instrução Mágica do espírito (IV)
Transposição da Consciência para o Exterior
a) em objetos
b) em animais
c) em pessoas
Instrução Mágica do Alma (IV)
Represamento dos Elementos nas Diversas Partes do Corpo
Instrução Mágica do Corpo (IV)
Rituais a as Possibilidades de sua Aplicação Prática
Resumo de todos os exercícios do grau IV

GRAU V

Instrução Mágica do Espírito (V)
Magia em Ambientes
Instrução Mágica do Alma (V)
Projeção dos Elementos para o Exterior
a) através do próprio corpo e represados pelo plexo solar
b) represados pelas mãos
Projeção Externa sem passar pelo Corpo
Instrução Mágica do Corpo (V)
Preparação para o Manuseio Passivo do Invisível
a) libertação da própria mão
Manuseio Passivo
a) com o próprio espírito protetor
b) como os mortos e outros seres
Resumo de todos os exercícios do grau V

GRAU VI

Instrução Mágica do Espírito (VI)
Meditação Sobre o Próprio Espírito
Conscientização dos Sentidos no Espírito
Instrução Mágica do Alma (VI)
Preparação para o Domínio do Princípio do Akasha
Provocação Consciente de Estados de Transe Através do akasha
Domínio dos Elementos através de um
Ritual Individual Extraído do Akasha
Instrução Mágica do Corpo (VI)
Reconhecimento Consciente de Seres de Diversos Tipos
C) espectros
Resumo de todos os exercícios do grau VI

GRAU VII

Instrução Mágica do espírito (VII)
Análise do Espírito em Relação à Prática
Instrução mágica da Alma (VII)
O desenvolvimento dos sentidos com a ajuda dos elementos a dos condensadores fluídicos
a) clarividência.
A Clarividência Mágica
b) clariaudiência
C) sensitividade
Instrução Mágica do Corpo (VII)
Geração ou Criação de Elementares
Método 1
Método 2
Método 3
Método 4
Vitalização Mágica de Imagens
Resumo de todos os exercícios do grau VII

GRAU VIII

Instrução Mágica do Espírito (VIII)
Preparação para a Viagem Mental
A Prática da Viagem Mental
a) em ambientes fechados
b) em trajetos curtos
C) visitas a conhecidos, parentes, etc
Instrução Mágica do alma (VIII)
O Grande "Agora”
Sem Apego ao Passado
Perturbações de Concentração como Compasso do Equilíbrio Mágico
O Domínio dos Fluidos Elétrico a Magnético
O Domínio do Fluido ELÉTRICO - Método Indutivo
O Domínio do Fluido MAGNÉTICO - Método Indutivo
O Domínio do Fluido ELÉTRICO - Método Dedutivo
O Domínio do Fluido MAGNÉTICO - Método Dedutivo
Instrução mágica do Corpo (VIII)
Influência Mágica através dos Elementos
A Influência através do Elemento Fogo
A Influência através do Elemento Ar
A Influência através do Elemento Água
A Influência através do Elemento Terra
Condensadores Fluídicos
a) CONDENSADORES SIMPLES
b) CONDENSADORES COMPOSTOS
1) Para o elemento fogo
2) Para o elemento ar
Condensadores Fluídicos para Espelhos Mágicos
d) Preparação de espelhos mágicos
Resumo de todos os exercícios do grau VIII

GRAU IX

Instrução Mágica do espírito (IX)
Grupo 1. Paralisia do Princípio do Fogo
Grupo 2. Paralisia do Princípio do Ar
Grupo 3. Paralisia do Princípio da Água
Grupo 4. Paralisia do Princípio da Terra
A Prática da Clarividência com Espelhos Mágicos
a) A visão através do tempo e do espaço
b) O carregamento do espelho mágico
c) Diversos trabalhos de projeção através do espelho mágico
c.1) O Espelho Mágico como Portal de Passagem a todos os Planos
c.2) O Espelho Mágico como Meio Auxiliar para o Contato com Energias, Entidades, etc
c.3) O Espelho Mágico como Meio de Influência sobre Si Mesmo ou Outras Pessoas
c.4) O Espelho Mágico como Emissor a Receptor
c.6) O Espelho Mágico como Instrumento de Irradiação em Impregnações de Ambientes, Tratamento de Doentes, etc
c.7) O Espelho Mágico como Instrumento de Proteção contra Influências Prejudiciais a Indesejadas
c.8) O Espelho Mágico como Instrumento de Projeção de todas as Energias, Seres, Imagens, etc
c.9) O Espelho Mágico como Instrumento de Visão à Distância
c.10) O Espelho Mágico como um Meio Auxiliar na Pesquisa do Passado, Presente a Futuro
Instrução Mágica da Alma (IX)
A Separação Consciente do Corpo Astral do Corpo Material Denso
A impregnação do corpo astral com as quatro características divinas básicas
Instrução Mágica do Corpo (IX)
Tratamento de Doentes através do fluido Eletromagnético
O Carregamento Mágico de Talismãs, amuletos e Pedras Preciosas
1. Carregamento pela simples vontade, em conexão com a imaginação
2. Carregamento através do represamento da energia vital determinado com a impregnação do desejo
3. Carregamento através do encantamento de elementais, elementares ou outros seres que deverão produzir o efeito desejado
4. Carregamento através de rituais individuais ou tradicionais
5. Carregamento através de fórmulas mágicas, mantras, tantras, etc
6. Carregamento através do represamento de elementos
7. Carregamento através dos fluidos elétrico ou magnético
8. Carregamento por meio do represamento de energia luminosa
9. Carregamento por meio de uma esfera eletromagnética - volt.
10. Carregamento através de uma operação mágico-sexual
A Realização de Desejos através de Esferas Eletromagnéticas no Akasha, a assim chamada "Voltização"
Resumo de todos os exercícios do grau IX

GRAU X

Instrução mágica do espírito (X)
A Elevação do Espírito aos Planos mais Elevados
Instrução mágica da Alma (X)
A Ligação Consciente com seu Deus Pessoal
O Relacionamento com as Divindades
Instrução mágica do corpo (X)
Métodos para a Obtenção de Capacidades Mágicas
BRAHMA e SHAKTI
Sugestão
Telepatia
Hipnose
A Hipnose em Massa dos Faquires
Leitura do Pensamento
Psicometria
Influência na Memória
A Intervenção no Akasha
Impregnação de Ambientes à Distância
Mensagens pelo Ar
A Exteriorização
A Invisibilidade Mágica
Práticas com Elementos
Fenômenos de Levitação
Fenômenos da Natureza
O Poder sobre a Vida e a Morte
Resumo de todos os exercícios do grau X
Conclusão
O Autor

Seja bem-vindo.


O Caminho do Adepto
Avisos, Conselhos e Reflexões
Por Franz Bardon

Como mencionei na introdução deste livro, esta obra de iniciação não é um meio para um fim; não se destina à obtenção de riqueza, poder, glória a fama, mas é um estudo sério sobre o homem, portanto sobre o microcosmo em relação ao macrocosmo, com as suas leis. Em consequência disso o leitor poderá formar uma perspectiva totalmente nova sobre a magia a nunca mais rebaixá-la à condição de feitiçaria e evocação do demônio.

Naturalmente cada leitor avaliará esta obra de iniciação de um ponto de vista muito individual. Uma pessoa de visão totalmente materialista, que não acredita em nada a que não sabe nada sobre o mundo sobrenatural, mas só conhece o mundo material, definirá esta obra como simples utopia.

Não é função deste livro despertar alguma crença nessa pessoa ou conquistá-la, mudando a sua opinião a convencendo-a a adotar outro ponto de vista. Este livro é dedicado principalmente àqueles leitores que procuram a mais pura verdade e o conhecimento mais elevado.

Muitas vezes a pessoa é convencida ou até induzida a seguir alguma direção espiritual, a passa pela experiência de ver essas diversas tendências tomarem-se inimigas, por causa da inveja ou da prepotência. O verdadeiro mago sentirá pena dessas pessoas, seitas e tendências espirituais, mas não deverá odiar, falar mal ou desprezar ninguém; ele deverá dar a devida atenção a toda a pessoa que também segue ou busca o caminho que leva a Deus.

É triste, mas é verdade que os teósofos, espiritualistas, espíritas, ou como todos eles se chamam, se opõem mutuamente a se tomam inimigos, como se todos os caminhos não levassem a Deus. Todas as pessoas que procuram o caminho que leva a Deus deveriam lembrar-se bem das palavras de Cristo, o grande Mestre dos Místicos: "Ame o próximo como a si mesmo." Essas palavras deveriam ser um mandamento sagrado para todo o buscador que trilha a senda espiritual.

Muitos seres que tiveram de deixar o nosso mundo material e não tiveram a oportunidade de alcançar o verdadeiro conhecimento espiritual, alegaram, nas esferas mais elevadas, que em nossa Terra o verdadeiro conhecimento era, no passado, reservado só para alguns eleitos, a portanto não estaria disponível para todos. Por causa disso os Mistérios, ocultos por milhares de anos, são mostrados pela Providência Divina, gradualmente, a todo o habitante da Terra que realmente almeja saber a verdade a obter o conhecimento através deste livro.

Os frutos do conhecimento não cairão do céu só através da leitura; a pessoa terá de conquistá-los superando muitas dificuldades a obstáculos. Muitos, talvez até a maioria, vão querer primeiro convencer-se da autenticidade das leis para só depois acreditar nelas e decidir se enfrentarão o caminho da iniciação. O verdadeiro mago sabe que essa postura do homem está errada. Ele está convencido de que, para acreditar, a pessoa deverá primeiro ser instruída e formada através da iniciação. Com a simples leitura desta obra poderemos obter o conhecimento intelectual, mas não obteremos a sabedoria. O conhecimento pode ser transmitido, mas a sabedoria só pode ser obtida através da experiência a da vivência. Estes por seu lado dependem da maturidade espiritual de cada um, que também depende do desenvolvimento espiritual conquistado de forma prática no caminho da iniciação.

Toda a pessoa que já leu algo sobre o tarô sabe que além da primeira carta, em que os mistérios egípcios, o berço da sabedoria, é representado pelo mago, ainda existem outras vinte a uma cartas, chamadas de arcanos maiores. E cada uma dessas outras cartas possui um sistema próprio de iniciação. Ao lado dos vinte a dois arcanos maiores ainda existem cinquenta e seis cartas correspondentes aos arcanos menores, que também simbolizam os pequenos mistérios; para cada uma delas há uma explicação a ser dada. Dependerá exclusivamente da vontade da Providência Divina dar-me a possibilidade de escrever sobre cada uma das cartas do tarô e publicar esses escritos.

Depois do estudo minucioso desta obra instrutiva o leitor se convencerá de que não se pode falar de uma magia branca ou negra, e que não existem diferenças entre magia, misticismo ou como se chamam todas essas ciências ou tendências.

Na introdução também comentei que toda ciência pode ter finalidades malévolas ou benévolas. A ideia da existência de uma magia negra deriva do fato das pessoas não terem conseguido, até hoje, ter uma noção correta do que é magia. Em cada capítulo e seus respectivos métodos de instrução repeti várias vezes que esse conhecimento só é destinado a objetivos muito nobres.

Além disso enfatizei sempre que ao longo do seu desenvolvimento o mago deveria enobrecer o seu caráter ao máximo se não quisesse parar na sua evolução, ou o que seria pior - retroceder. O enobrecimento da alma caminha lado a lado com a evolução e o desenvolvimento. Quem estiver só preocupado em adquirir capacidades e forças ocultas a vangloriar-se delas, terá feito um trabalho inútil, pois a Providência Divina permanecerá inexplorada em sua obra e cedo ou tarde afastará do caminho essa pessoa que só almeja dominar as forças ocultas. 

As capacidades ocultas são consequência da iniciação, devem ser encaradas como parâmetros do desenvolvimento e só serem usadas para objetivos nobres e ajuda aos semelhantes; por isso deverão permanecer restritas ao mago verdadeiro.

Quem trilhou o caminho da iniciação não precisa mudar a sua visão de mundo em relação à religião, pois a verdadeira religião já é a prática da iniciação aqui descrita; toda religião poderá ser colocada em sintonia com esse sistema iniciático.

Antes de entrar no caminho da verdadeira iniciação cada um deverá testar a si mesmo para saber se pretende considerar a verdadeira iniciação como a sua prática religiosa, como a missão de sua vida, a que ele poderá realizar apesar de todos os obstáculos e dificuldades do caminho, que uma vez trilhado, nunca mais o deixará. É óbvio que as condições básicas necessárias para isso são uma perseverança a uma paciência quase sobre-humanas, uma vontade férrea e uma enorme discrição sobre os progressos realizados.

A todos os leitores que querem se aperfeiçoar a elegeram esta obra como o seu guia, desejo muito êxito e a bênção divina.

- Franz Bardon